Se você é dono de um estabelecimento comercial ou de uma indústria, provavelmente já se deparou com a necessidade de reduzir seus gastos operacionais, principalmente no que diz respeito ao consumo de energia elétrica. Mas e se alguém te dissesse que talvez a solução não seja reduzir o quanto você consome mais sim a forma como você contrata energia?
Nesta leitura você vai entender de que formas você pode alcançar uma grande economia na sua conta de energia sem ter que desligar sequer uma luz ou equipamento da tomada. Isso consiste no conceito de ANÁLISE TARIFÁRIA, onde analisa-se os parâmetros de tarifação para ver se eles estão de fato de acordo com as necessidades de determinado estabelecimento ou se podem ser otimizados para uma estrutura mais conveniente.
Entendendo como é a Tarifação da Energia Elétrica
Primeiramente é necessário explicar alguns conceitos básicos sobre como se dá a tarifação da energia elétrica entre as distribuidoras nacionais. As unidades consumidoras são divididas em duas classes, de acordo com a faixa de tensão (volts) pelas quais são atendidas, sendo estes o Grupo A e o Grupo B.Começando pelo Grupo A, estão englobadas as unidades consumidoras atendidas com faixas de tensão acima de 2.300 volts, geralmente indústrias ou grandes estabelecimentos comerciais. Enquanto que no Grupo B temos unidades consumidoras em baixa tensão, ou seja, até 2.300 volts, como a maioria das residências.
Tarifa Monômia x Tarifa Binômia
Agora que você já sabe a diferença entre os dois grupos e seus diversos subgrupos, está na hora de entender como é dada a tarifação de cada um deles e por que existe uma diferença entre o modelo monômio e binômio.Para o Grupo B (baixa tensão) a tarifação segue o padrão já conhecido convencionalmente. O consumidor paga por kWh consumido, num cálculo que pode ser resumidamente descrito por consumo (kWh) tarifa (R$/kWh). Além disso, são incididas outras taxas como impostos e bandeiras tarifárias.
Porém, se você é um consumidor do Grupo A, as coisas se tornam um pouco diferentes. Além de pagar pelo consumo efetivo (kWh), você também paga pela demanda contratada (kW).
A demanda contratada representa um valor de potência ativa para a rede de determinada unidade consumidora a ser continuamente fornecida pela distribuidora de energia. Isso significa que se uma empresa precisa de 100kW continuamente para suprir sua demanda, a distribuidora é obrigada a fornecer essa potência ininterruptamente.
Importante ressaltar que os conceitos de potência e consumo são distintos. Para tornar mais palpável, vamos tomar a analogia de uma torneira. A vazão da torneira é um limite máximo de água que pode sair dela. Ela nunca excederá esse limite, mas ao mesmo tempo qualquer vazão inferior ou igual a ele que você necessitar, ela irá te suprir constantemente. Isso é a potência.
Todavia, nenhuma casa mantém a torneira ligada 24h por dia na vazão máxima. Ligamos elas apenas em períodos de tempo específicos e com vazões limitadas. Esse produto de vazão x tempo é um equivalente bem próximo do consumo em kWh.
Agora que tudo já ficou mais claro, você talvez esteja refletindo:“Mas então eu pago por uma demanda contratada que eu não uso completamente em tempo integral?”Estamos chegando perto do cerne do problema. Ao mesmo tempo que ter uma demanda contratada permanente é importante para garantir a operacionalidade do seu negócio e que nunca haverá um black out, por outro lado, se essa demanda não estiver precisamente ajustada, você pode estar pagando um valor muito além do que deveria.
Estruturas Tarifárias
Por fim, o que você precisa saber antes de adentrarmos na análise tarifária propriamente dita, é que os consumidores do Grupo A podem ser tarifados sob 3 estruturas distintas, sendo elas:• Estrutura Convencional: a conta de energia é composta por duas parcelas, uma relativa ao consumo e outra relativa a demanda contratada, de forma uniforme.
• Estrutura Horo-Sazonal Verde: a conta de energia é composta por duas parcelas, uma relativa ao consumo e outra relativa a demanda contratada. Além disso, o consumo é subdividido nas categorias em horário “de ponta” e “fora de ponta”, tendo valores de kWh distintos para cada.
• Estrutura Horo-Sazonal Azul: a conta de energia é composta por duas parcelas, uma relativa ao consumo e outra relativa a demanda contratada. Além disso, o consumo e a demanda são subdivididos nas categorias em horário “de ponta” e “fora de ponta”, tendo valores de kWh e kW distintos para cada.
• Horário de Ponta e Fora de Ponta: As concessionárias definem períodos onde a tarifa de energia deve ser mais cara, devido ao consumo nesses momentos serem maiores para toda a rede. É como se fosse uma “hora do rush” da rede elétrica. Os horários podem variar de acordo com a concessionária, mas geralmente mantém um padrão.
A Energisa Paraíba por exemplo determina como:
Horário de Ponta: é o período do dia de maior utilização de rede da concessionária. Corresponde ao período entre 17h30 e 20h30, com exceção de sábados, domingos e feriados nacionais.
Qual a melhor solução?
Já vimos que a conta de luz vai muito além do que apenas o consumo que se tem através do uso de equipamentos e iluminação, podendo ser composta de diversas parcelas diferentes e variáveis. Vimos também que a demanda contratada é um fator muito importante de ser previsto e se contratada acima do necessário pode gerar gastos indesejados.Talvez nesse momento a única indagação restante seja: o que acontece se eu contratar uma demanda abaixo da minha necessidade?
Caso isso aconteça, seu fornecimento não será interrompido, porém você sofre uma certa multa em cima do valor ultrapassado. Funciona como uma advertência da distribuidora de energia, de forma que ela não deixa de suprir a necessidade da unidade consumidora, porém inflige sob ela uma taxa de compensação pelo valor ultrapassado.
Essa demanda excedida entra na conta como Demanda Ultrapassada, e tem um valor de tarifa bem acima da típica (normalmente o dobro).
Ou seja, contratar uma demanda abaixo da ideal para o seu negócio pode ser tão prejudicial ou até pior do que contratar um excesso de demanda. Para evitar esses problemas, é possível realizar uma análise tarifária de sua conta de energia, e avaliar qual é a melhor estrutura de contratação (convencional, horo-sazonal verde ou horo-sazonal azul) e indicar a demanda contratada mais ajustada.
Como fazer uma Análise Tarifária?
Por mais que seja uma mudança simples e com poucos custos de alteração, um estudo de análise tarifária pode ser um pouco trabalhoso, se tornando mais fácil quando realizado por um profissional ou equipe de engenharia com experiência na área. Primeiramente é necessário ter um histórico detalhado da conta de energia no período de pelo menos os últimos 12 meses. Caso não haja esse histórico em mãos, ele pode ser facilmente requisitado a distribuidora de energia.Em segundo lugar, são necessários alguns cálculos e análises de demanda e consumo para avaliar qual a melhor faixa de contratação e estrutura tarifária, de forma a garantir o melhor ajuste final. Algumas outras análises também podem ser feitas sobre a conta, como por exemplo a ocorrência de Energia Reativa e Correção de Fator de Potência.
Por fim, é necessário a preparação de diversos documentos para dar entrada com a solicitação de modificação na distribuidora de energia responsável. Esses documentos também podem ser mais facilmente obtidos e acompanhados se o processo for feito junto a uma equipe qualificada.
Como podemos ajudar?
A ENERGETIKA – Energias Renováveis conta com uma equipe técnica de Engenharia Elétrica extremamente qualificada e acompanhamento de profissionais experientes no setor, para permitir o melhor estudo de caso e acompanhamento de cada cliente.Junto a isso, podemos citar outras análises que podem ser feitas em paralelo à análise tarifária para redução dos gastos com energia elétrica, como por exemplo estudos específicos de Eficiência Energética voltados para redução do consumo e instalação de fontes de energia renovável como a Fotovoltaica.
No caso de grandes indústrias, uma análise de inserção no Mercado Livre de Energia também se mostra como uma alternativa extremamente vantajosa na maioria dos casos.
Como é possível perceber, os campos de atuação para redução dos custos com energia são os mais variados possíveis, e apenas uma análise criteriosa de cada caso pode dizer quais as soluções adequadas. Deseja saber qual a melhor solução para o seu negócio?